Estudou Letras Clássicas, Retórica, Filosofia e Matemática e, na volta ao Brasil (1846), fixou residência no Rio de Janeiro. Trazia, além de toda teoria, a experiência viva de quem começara a escrever ao lado de grandes escritores e carregava com triunfo os elogios de Castilho.
Foi em Portugal que escreveu o famoso poema Canção do Exílio (1841), mas no Brasil ele já tem garantido o seu sucesso com a obra Primeiros Cantos (1846) ; o público o reconhece e, em Portugal, Alexandre Herculano o exalta. Era o começo. Muito mais famoso pelas poesias do que pelas peças de teatro (Beatriz Cenci e Leonor de Mendonça); Gonçalves Dias ainda se dedicou ao jornalismo, foi nomeado professor do colégio D. Pedro II, além de atividades junto ao governo (fez pesquisas históricas, estudou a condição de nossas escolas primárias, secundárias e profissionais). Teve muitos amores, mas ganhou fama sua paixão por Ana Amélia; a familia da moça o recusou e em seguida ele se casa com outra. Em atividades oficiais, cada vez mais crescentes, viaja pelo Brasil e pela Europa e , na volta de uma de suas viagens (1864), morre num naufrágio nas costas do Maranhão.
Canção do exílio
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
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